sexta-feira, 2 de julho de 2010

ESQUERDA E DIREITA!

Em nossos debates sobre Políticas Públicas, nos deparamos frequentemente com os conceitos de "esquerda" e "direita". Mas afinal, o que significam estes termos? E de onde surgiram estas denominações?

Com a ajuda das leituras em nosso livro de História (o Azul) e alguma pesquisa na internet, poderemos debater sobre isso e diferenciar estas duas posturas político-ideológicas. E lembrando do que Paulo Freire sempre falava: "Não existe neutralidade! Toda neutralidade é uma opção disfarçada" - ou ingênua, ou até inconsciente!

Muitas vezes nos deparamos com "analistas" políticos chamados de "isentos", economistas e cientistas "isentos" em diversos noticiários e canais de comunicação. "Isento", aliás, parece estar se tornando quase um sinônimo de "fascista", "conservador" ou "de direita". Sobre a confusão (premeditada?) qeu alguns insistem em fazer com as ideias políticas, LEIA uma postagem AQUI (noutro blog).


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Kabengele Munanga

Em nossos debates sobre negritude e africanidades no Brasil aproveitamos uma entrevista com o Professor Kabengele Munanga, antropólogo da USP. Pois agora, na véspera de seu aniversário de 70anos, vamos conhecer um pouco mais sobre ele no texto de Flávio Jorge Rodrigues da Silva.

Kabengele Munanga, 70 anos: Ao mestre com carinho!

Kabengele Munanga, professor universitário e integrante do Conselho Editorial da Revista Teoria e Debate,  completa 70 anos no dia 2 de julho de 2010. Na foto acima, está entre Flávio Jorge e Matilde Ribeiro.
 

Em 1979, estudantes negros, homens e mulheres, criaram na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo o Grupo Negro da PUC. Fiz parte desse grupo.
Éramos jovens que estávamos adquirindo a comprensão de que havia uma luta a ser travada a favor do direitos da população negra no Brasil e o espaço universitário, apesar de sermos poucos nele, era estratégico para essa perspectiva. No início de nossas conversas partimos de uma posição critica aos processos de cooptação da ideologia do embranquecimento, para a sustenção do mito ainda vigente da existência da democracia racial.
Em paralelo a construção coletiva de uma consciência política, a consciência negra, percebemos que o interesse pelo estudo e pela pesquisa também era uma instrumento importante para a constituição de um movimento negro em nosso país.
O grupo conseguiu se manter até o ano de 1988. Durante esses anos tivemos contato com Kabengele Munanga, um negro africano, que começava a dar aulas na Universidade de São Paulo. Conhecermos um negro, nascido no Continente Africano e ainda Professor da USP (se isso é coisa rara nos dias atuais imaginem nas décadas de 80/90) foi motivo de muito orgulho para aquele grupo de jovens.
Aprendemos muito com o Mestre Kabengele. Principalmente algo que vivenciamos de perto – a dificuldade do acesso do negro a educação. Que o conhecimento é fundamental para a busca de políticas e alternativas para o combate e  a superação  do preconceito, a discriminação e o racismo em nossa sociedade.
O mestre continua ao nosso lado. É um dos principais apoiadores da implementação das políticas de ações afirmativas no Brasíl, entre elas as das cotas raciais para negros e negras em nossas universidades.
Kabengele Munanga está completando 70 anos de vida. Ao mestre nosso carinho!

*Flávio Jorge Rodrigues da Silva, diretor da Fundação Perseu Abramo e um dos coordenadores da SOWETO – Organização Negra, filiada à Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN)

Sobre os debates em torno das políticas afirmativas e, em especial do Estatuto da Igualdade Racial veja mais AQUI.